No así,
literal
De eses que hacen reírse los nenes
Los viejos
nenes
Un pedo de
vino
Es lo que me pasa
desde que
dejé.
Un pedo de
vino
de
mate
de
música
De la música que ya me
pulsa en el
alma
Y que
todavía
no sé.
quinta-feira, 22 de setembro de 2011
Pequeno problema filosófico durante um almoço tardio
Mesmo que por um
dia
Eu queria ser simples
Levantar de manhã e dormir à
noite
Fazer o que tem
que ser feito
Chorar o triste, sorrir o alegre
Gargalhar sem qualquer maldade
Me apaixonar direito
Com
Começo, meio e fim
Sem
Mistério
Ou ao menos sem debate sobre o mistério
Eu queria acordar um dia - de manhã - e saber deixar o mistério ser
Eu queria deixar ele sem o estorvo das palavras
Eu queria ser sem o estorvo das palavras
Mas aí eu nunca poderia dizer que
fui simples
Nunca poderia dizer que fui
dia
Eu queria ser simples
Levantar de manhã e dormir à
noite
Fazer o que tem
que ser feito
Chorar o triste, sorrir o alegre
Gargalhar sem qualquer maldade
Me apaixonar direito
Com
Começo, meio e fim
Sem
Mistério
Ou ao menos sem debate sobre o mistério
Eu queria acordar um dia - de manhã - e saber deixar o mistério ser
Eu queria deixar ele sem o estorvo das palavras
Eu queria ser sem o estorvo das palavras
Mas aí eu nunca poderia dizer que
fui simples
Nunca poderia dizer que fui
terça-feira, 13 de setembro de 2011
Eu vou dizer o óbvio
Do quarto que sem suas
coisas é
só espaço
Do sabonete que sem seu
uso é
só tempo
Da minha presença que sem a
sua é
só.
Eu vou dizer o óbvio
Você é presença em
negativo
É a malha que tem seu
cheiro
É o cheiro que tem seu
nome
É o nome que tem meu
apelo
Eu vou dizer o óbvio.
Eu jamais poderia dizer você.
Do quarto que sem suas
coisas é
só espaço
Do sabonete que sem seu
uso é
só tempo
Da minha presença que sem a
sua é
só.
Eu vou dizer o óbvio
Você é presença em
negativo
É a malha que tem seu
cheiro
É o cheiro que tem seu
nome
É o nome que tem meu
apelo
Eu vou dizer o óbvio.
Eu jamais poderia dizer você.
sábado, 20 de agosto de 2011
Me preguntaron hoy la dirección
A mi, que en la vida siempre fui
turista
Y así tuve que
poder
contestar.
Qué curioso eso de
a veces
saber dónde está el
beso
el
aire
el
camino.
turista
Y así tuve que
poder
contestar.
Qué curioso eso de
a veces
saber dónde está el
beso
el
aire
el
camino.
sexta-feira, 5 de agosto de 2011
Unheimlich
Eu não falo a língua dessa gente
nem
Eles
a minha.
Mas
- a minha -
porque a do meu país
que se fala em
- formulários, procedimentos, responsáveis, datas, adiamentos -
eles falam
perfeitamente.
nem
Eles
a minha.
Mas
- a minha -
porque a do meu país
que se fala em
- formulários, procedimentos, responsáveis, datas, adiamentos -
eles falam
perfeitamente.
domingo, 19 de junho de 2011
sexta-feira, 10 de junho de 2011
terça-feira, 31 de maio de 2011
domingo, 29 de maio de 2011
domingo, 3 de abril de 2011
domingo, 27 de março de 2011
pequena poesia
que as palavras são
parcas
as lembranças são
prova
e só me ocorre esgueirar uma
dúvida sem
fim
numa pergunta sem demora
- E agora?
parcas
as lembranças são
prova
e só me ocorre esgueirar uma
dúvida sem
fim
numa pergunta sem demora
- E agora?
sábado, 19 de março de 2011
Das companhias acéticas de amor II
Tem sempre uma japonesa no amor dos outros. Vai ver é porque elas são exatas, nem todas. Umas são bagunçadas e espinhentas como o resto de nós - nem todo. Mas como povo elas parecem ser exatas, o objeto perfeito para se desejar. Elas todas usam saias e têm um jeito de usar as saias que é como se não tivessem de saia - mas é essencial que estejam. Todo desejo já pousou vez ou outra na saia de uma japonesa. Toda imaginação, vez ou outra, debaixo. E cada cabelo ocupa seu lugar preciso, uma ordem perfeita - desordem ainda mais. Cada movimento é preciso. Podem ser precisas de controle, mas nas pernas perfeitas e no rosto sem marcas são leves e impassíveis como só pode quem sabe que tem sempre alguém se perdendo por elas. Sempre alguém batendo uma punheta ou vendendo a casa por elas. Mas o que eu queria mesmo saber é por quem se perdem as japonesas.
sábado, 12 de março de 2011
Das companhias acéticas de amor I
Acordei com vontade de, pensou um velho. Um velho qualquer, sem saber que velho e sem saber vontade de quê. Mas tinha acordado com vontade, e isso já era pra sol e chuva e fogos de artifício. Acordou querendo, sem saber, os espólios da guerra que não ia dar tempo de lutar. Acordou antes do despertador e só conseguia pensar em se matar! Nada dá mais o gosto de uma coisa que a coisa toda oposta, já dizia o velho Tao. Ou não dizia? Isso que dá não ler o Tao. Mas o velho também não tinha lido e nem sabia que ele existia, mas queria se matar e era só em se matar que ele conseguia assentar sua vontade - em se matar, e não na morte, que é tão absoluta que nem deve ser o oposto de nada. Só que não queria se matar, e achando meio absurdo e meio clichê foi tentando expulsar a idéia dos bolsos.
quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011
primeira pessoa porque
A combinação
sorteada
De data, berço, esporro, malogro, presente, fratura, despejo,
[diploma, ensejo, moléstia
e 30 páginas de poemas de amor envelhecendo numa caixa
São como a
equação
que descreve um
ponto.
- E essa pretensão de dizer 'eu'?
sorteada
De data, berço, esporro, malogro, presente, fratura, despejo,
[diploma, ensejo, moléstia
e 30 páginas de poemas de amor envelhecendo numa caixa
São como a
equação
que descreve um
ponto.
- E essa pretensão de dizer 'eu'?
"Next time you will be able to do as you please" - that's the song
Pois se para
ser
Escrever
E para
escrever
ser
doutora.
Pois se para
ser
Escrever
E para
escrever
ser
doutora.
terça-feira, 1 de fevereiro de 2011
quarta-feira, 26 de janeiro de 2011
Dor de garganta III
O sono é quase uma escolha
Que algum canto do corpo faz
- Não quando o corpo pede arrego -
Mas quando o sonho
mesmo
pede
Que algum canto do corpo faz
- Não quando o corpo pede arrego -
Mas quando o sonho
mesmo
pede
terça-feira, 25 de janeiro de 2011
Dor de Garganta II
A fila do hospital a segurou o bastante para não deixar tardar: médico em posição, em popa, com a primeira barba mal-feita pra não deixar mentir que ele já era gente, e ela na frente dele mesmo toda paciente abriu a boca e assim sem mais deixou sair todas meladas de sangue as cigarras que moravam ali. E agora não consegue parar acordada.
Dor de garganta I
Febre
Náuseas
Dores pelo corpo
E não é à toa. Sua garganta está inflamada e cheia de pus.
- E a voz afundando sem dizer -
Minha garganta está cheia de muitas coisas, doutor.
Náuseas
Dores pelo corpo
E não é à toa. Sua garganta está inflamada e cheia de pus.
- E a voz afundando sem dizer -
Minha garganta está cheia de muitas coisas, doutor.
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